Minha avó materna viveu até 98 anos. Ela não tinha nenhuma doença crônica e estava funcional, até que pegou uma pneumonia e morreu poucos dias depois. Essa é a característica dos longevos, vivem bem, por mais tempo, e morrem de repente, sem muito sofrimento. O desafio é entender como replicar essa característica.
Em “Zonas Azuis”, Dan Buettner revela os segredos das populações longevas de 5 diferentes regiões do mundo. Ele descreve os hábitos que faz com que essas pessoas vivam mais, tenham menor taxa de doenças crônicas (câncer, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares) e melhor qualidade de vida, se comparado com outras regiões.
O autor condensou as observações em 9 regras, onde ele mostra como podemos incorporar em nosso cotidiano as dietas e hábitos saudáveis que prolongam as vidas dessas pessoas. Embora a contribuição desse livro tenha sido extraordinária para a compreensão de hábitos que levam uma longevidade saudável, temos que ser cautelosos antes de achar que tais regras servem para todo mundo. Vou usar dois exemplos:
A regra 1 (Mexa-se Naturalmente) dificilmente pode ser replicada em contextos diferentes. O povo de Ogliastra (Sardenha), por exemplo, são pastores e vivem em região montanhosa. Ou seja, seu trabalho já pressupõe um nível de esforço físico naturalmente. Nós, que estamos sujeitos a outro ambiente, não podemos renunciar à atividade física “forçada”, seja na academia ou ao ar livre, para obter benefícios semelhantes.
A regra 5 (Leguminosas) também pode não funcionar para pessoas com adaptações evolutivas (genéticas e epigenéticas) diferentes das populações observadas. Eu mesmo, infelizmente, não tolero esse tipo de alimento e tive que excluí-los da minha rotina nutricional.
Até o próximo livro na “cesta”.