Insights para Alta Performance – edição junho 2025

Bem-vindos a edição de junho 2025

A chave para a escolha de um wearable não está somente na tecnologia, mas também na individualidade do usuário. Ao invés de se aposentar, o maior ciclista profissional brasileiro passou a realizar expedições pelo país. Após o naufrágio de um navio na Antártida em 1914, o que garantiu a sobrevivência de toda tripulação foram as habilidades de liderança e o trabalho em equipe.

1 – Artigo do mês: Como escolher o seu wearable?

A motivação principal quando decidi adquirir um wearable foi medir a qualidade do sono. Como dormir bem sempre foi um desafio para mim, eu tinha receio de que as medições aumentassem a ansiedade e piorassem a situação. Assim, acabei levando muito tempo para comprar e a consequência disso foram alguns anos pesquisando a opção mais adequada.

O primeiro passo foi escolher o tipo de device. As opções mais comuns são relógio ou sensor. Relógios tem a vantagem de já terem um display disponível, mas, por outro lado, são menos sutis. Sensores demandam, necessariamente, um app no celular para visualização dos parâmetros vitais. Como eu não usava relógio e não queria passar a usar um, esse dilema foi simples. Parti para um sensor.

O segundo passo foi escolher o sensor mais adequado. Existem basicamente dois tipos disponíveis de sensores: anéis ou de pulso (ou outras partes do corpo, como o bíceps, por exemplo). Como tenho rotina de exercícios com pesos, esse dilema também foi simples. O anel pode atrapalhar a “pegada” em barras ou halteres, assim como qualquer aliança ou anel comum. Escolhi por um sensor de pulso.

O terceiro passo foi escolher uma marca específica. Com o avanço tecnológico e tantas opções disponíveis, o processo complicou consideravelmente. A resposta a duas perguntas norteou minha decisão.

– O device alvo faz uma medição direta acurada, de acordo com as atividades da minha rotina?

Os devices usam sensores para medidas diretas, como frequência cardíaca e temperatura da pele. Sensores de pulso, por exemplo, são menos estáveis fisicamente e, por isso, tendem a errar a medida frequência cardíaca, especialmente quando o usuário pratica atividades outdoor. No meu caso, até o ciclismo é indoor e esse ponto de atenção foi minimizado.

– Como as medidas indiretas do device alvo se comparam com o device benchmark?

Os devices fazem medidas indiretas, estimadas a partir de algoritmos. Os ciclos do sono são um exemplo disso. Quanto mais próximo às medidas do benchmark, melhor será o wearable.

No canal The Quantified Scientist no Youtube é possível encontrar a comparação de medidas diretas e indiretas de quase todos os devices versus disponíveis no mercado versus os benchmarks de cada tipo de parâmetro vital. Por exemplo, frequência cardíaca, ele compra com as medidas dos wearables contra a do sensor de peito tradicional.

https://www.youtube.com/@TheQuantifiedScientist

Como tudo na vida, não existe resposta pronta. A chave na escolha do wearable não está somente na tecnologia, mas também na individualidade do usuário. O device do amigo pode não ser o mais adequado para você.

Resumo dos três passos principais para suportar a escolha de um wearable

2 – Achado da Internet

O que um atleta profissional faz quando para de competir? Ao invés de se aposentar, o Henrique Avancini, maior ciclista brasileiro de todos os tempos, passou a realizar expedições pelo Brasil. Ela sobe diversas montanhas de bike, tentando bater o record do percurso. Tudo é filmado e disponibilizado em seu canal no Youtube. Ao mesmo tempo que se mantém fisicamente ativo, atrai ciclistas e turistas para os locais que visita. Projeto sensacional, parabéns ao Henrique Avancini pela iniciativa.

https://www.youtube.com/@avancinimtb

https://www.instagram.com/avancinimtb?igsh=MTVwaW5qOG42bDR4Nw==

3 – O que estou lendo

Em 1914, o explorador inglês Ernest Shackleton liderou uma expedição para Antártida. Ele e mais 27 tripulantes embarcaram no navio Endurance com objetivo de cruzar o continente ponta a ponta. Logo antes de alcançar a costa da Antártida, foram pegos de surpresa por temperatura muito baixa e o navio acabou ficando preso no gelo, vindo a naufragar, meses depois, completamente destruído. Eles passaram por uma aventura e luta por sobrevivência, incluindo acampamento no inverno, sem estrutura, e alimentação a base de gordura de focas. Mais de 2 anos depois, todos sobreviveram. Isso só foi possível graças a resiliência e postura do Shackleton e do espírito do time. Uma grande lição de liderança e trabalho em equipe! Além do livro, existe o documentário “Endurance”, disponível no Disney+.