Um dos maiores equívocos da história na nutrição talvez tenha sido a demonização das gorduras de origem animal. O consumo delas foi associado a aumento do colesterol e maior incidências de doenças cardíacas. Muitos defendem que a substituição dessas gorduras por óleos industriais e açúcares foi o principal responsável pela epidemia de doenças crônicas que vivemos atualmente.
Em “Gordura sem Medo”, Nina Teicholz faz um mergulho na história mostrando que tudo que sabemos sobre gordura pode não ser verdade. Com uma narrativa incrível, ela apresenta indícios de que a presença desses alimentos saborosos nas nossas vidas traz benefícios para a saúde. O resumo do que aprendi até hoje sobre consumo de gorduras e seus impactos no colesterol é:
Normalmente, o corpo aumenta colesterol para resolver algum problema. Por exemplo, uma disfunção tireoidiana pode fazer o colesterol LDL subir, eu mesmo passei por isso. Tomar remédio para baixar o colesterol vai tratar a consequência e não a causa nesse caso.
O corpo absorve muito pouco do colesterol dos alimentos. Deixar de consumir gema de ovo, por exemplo, com medo do colesterol presente nela não parece ser uma boa conduta. Por outro lado, o consumo de gordura saturada pode estimular a produção de LDL pelo fígado. Eu, por exemplo, já consegui variar em cerca de 30% meu LDL manipulando o mix de ingestão de gorduras na dieta. Como sempre, a diferença entre o remédio e o veneno está na dose.
Exercício tem ação nula, no meu caso, para baixar colesterol LDL, o que reforça a estratégia nutricional como ferramenta principal. Mas um LDL baixo pode ter má qualidade. O perfil das partículas e o grau de oxidação também importam para determinar o risco para saúde.
Embora não exista um consenso entre os especialistas se o colesterol LDL (ou a APOB, molécula que carrega as partículas de colesterol) é causa ou parte do processo de formação de placas de ateroma, está claro para mim que uma análise integrada e multifatorial é necessária para determinar as ações de mitigação de risco.
Até o próximo livro na “cesta”.