Por muito tempo, o principal modelo aceito para ganho ou perda de peso era a comparação entre o consumo e o gasto calórico. Bastava “contar as calorias” dos alimentos, sem muito foco no tipo. Quando fiz a primeira dieta, com ~15 anos, eu tinha folhas impressas com tabelas de calorias. Recentemente, o modelo carboidrato-insulina ganhou relevância para explicar o porquê emagrecemos (ou não).
Em “Porque Engordamos”, Gary Taubes, explica porque tanta gente reduz muito a ingestão de comida, aumenta os exercícios, mas não emagrece. Ele enfatiza a alimentação moderna, que exclui alimentos naturais, inclusive de origem animal e privilegia produtos alimentícios industrializados, ricos em carboidratos refinados. O excesso de consumo de carboidratos causa um ciclo vicioso: mais carboidrato, mais insulina, mais fome, mais carboidrato, que nos faz engordar. Minha experiência sobre o tema é:
A tolerância de carboidrato é muito individual e depende de 3 fatores principais: sensibilidade à insulina, volume de atividade física e capacidade metabolização.
Exercício físico ajuda muito, pois promove captação de glicose no tecido muscular, sem necessidade de insulina. Mas não é garantia de sucesso. Por exemplo, na época do Ironman, cheguei a treinar 20 horas por semana e, mesmo com a “contagem de calorias” adequada, ganhava peso facilmente. Por estar consumindo mais carboidrato que eu podia tolerar, fiquei com baixa sensibilidade (ou resistência) à insulina. Mais tarde descobri que eu metabolizo melhor gordura do que carboidrato (fiz teste genético).
Hoje em dia é fácil monitorar a reposta glicêmica à ingestão de alimentos, basta usar um monitor contínuo de glicose e se divertir no aplicativo. A alternativa é medir por percepção. Por exemplo, ao comer um alimento rico em carboidrato, puro e de barriga vazia, basta observar o grau da “enxaqueca” (ressaca do pico e vale glicêmicos). Foi assim que descobri que tolero mais amidos do que sacarose. Quando como doce, faço de barriga cheia, como sobremesa. Assim, diminuo a velocidade de absorção e minimizo o pico de insulina.
Até o próximo livro na “cesta”.