Bem-vindos a edição de abril 2025
Descanso e recuperação ajudam na performance, isso não é jargão popular. Minha experiência comprova isso. O grande responsável pela alta performance dos quenianos nas corridas de fundo é sua cultura: simplicidade, alegria e resiliência da vida para as pistas. Começam a aparecer ferramentas empresariais para gerenciar fatores da longevidade da força de trabalho nas empresas.
1 – Artigo do mês: A importância da recuperação para performance: um estudo de caso.
Falar que descanso e recuperação ajudam na performance virou jargão popular. Vou utilizar alguns exemplos do meu cotidiano para provar que isso é fato.
Atualmente, faço exercícios aeróbicos na bike indoor. São 3 sessões semanais em ritmo constante (Zona 2) e 1 sessão semanal de intervalado (estímulo para aumentar o VO2 máximo).
Na figura abaixo mostro a comparação entre 2 sessões de Bike em Zona 2, feitas em 2024, após uma boa e uma má noite de sono. Num primeiro olhar, os parâmetros parecem os mesmos: tempo, distância, cadência, frequência cardíaca e até potência média estão praticamente idênticos. Mas observem o gráfico de potência mais abaixo, o treino seguido de uma noite mal dormida mostra muito mais “altos e baixos” durante a execução. Isso significa que fiz muito mais força para manter a potência alvo. Isso significou uma potência normalizada mais alta. Para quem quiser saber mais: (https://www.trainingpeaks.com/blog/what-is-normalized-power/).

Meu treino semanal intervalado consiste de 4 sessões de 4 minutos, seguidas de 4 minutos de recuperação (o conhecido 4×4). O objetivo é atingir a frequência cardíaca o mais próximo possível da máxima (meu caso é 170bpm), até o final do intervalo, sem “morrer” no meio. Nos últimos 2 anos, o máximo que conseguia chegar era 167bpm. Mas, faz uns 2 meses, atingi os 170.
Isso só foi possível graças a 2 dias seguidos de altíssimos níveis recuperação e sono antes da sessão, como mostra a próxima figura. Por causa da minha rotina, é muito difícil atingir essa consistência de recuperação, tanto que não consegui (ainda) replicar esse resultado.

Cuidem do sono e da recuperação, tanto quanto cuidam do estímulo.
2 – Achado da Internet
No livro “A Genética no Esporte”, David Epstein descreve que uma característica genética (comprimento das pernas em relação ao tronco) proporciona uma pequena vantagem aos quenianos nas corridas de longa distância. Mas o que explicaria o sucesso deles da corrida é uma questão de oportunidade. A corrida, muitas vezes, é a única opção de mudança de vida para essa população que enfrente tantos desafios econômicos e sociais. Acredito que seja muito mais do que isso. A cultura dos quenianos leva a simplicidade, alegria e resiliência da vida para as pistas de atletismo. Isso fica muito claro no documentário “A Escola Queniana”, que conta a experiência de alguns atletas profissionais brasileiros treinando no Quenia. Que povo incrível!
https://www.youtube.com/watch?v=5oDtotEdHEc&t=16s
3 – O que estou lendo
Na sua tese de doutorado, Márcia Tavares, DSc. combina elementos da literatura sobre envelhecimento populacional e gestão organizacional para criar um modelo de gestão dos fatores da longevidade da força de trabalho para médias e grandes empresas. Ela dá um grande passo cobrindo um gap de abordagens sobre esse assunto. O modelo desenvolvido pode ser aplicado para estimular a gestão da longevidade nas empresas, promover o envelhecimento ativo dos trabalhadores e manter a capacidade produtiva dentro das empresas. Quem tiver mais interesse, pode contactar a Marcia pelo Linkedin ou pelo Instagram: https://www.instagram.com/profa.marciatavares?igsh=MXhucWllYTVxajB5Yw==.
